A advogada Ana Cristina Valle, que neste ano se candidatou a deputada distrital e perdeu, não prestou contas de sua campanha à Justiça Eleitoral. Ex-mulher de Jair Bolsonaro, ela é mãe de Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 do presidente.
O sistema da Justiça Eleitoral mostra que a última entrega de relatório financeiro da ex-mulher de Bolsonaro foi feita no dia 23 de setembro.
Àquela altura, a campanha de Ana Cristina Valle informou ter arrecadado R$ 303 mil. As despesas registradas até o momento somam pouco mais de R$ de 26 mil. Ou seja: ela ainda precisaria informar à Justiça Eleitoral se – e como – foram gastos os R$ 276 mil restantes.
A maior parte dos recursos recebidos veio do Progressistas, o partido da base do governo de Jair Bolsonaro pelo qual Ana Cristina se candidatou. Ao todo, R$ 300 mil foram repassados pela legenda, comandada nacionalmente pelo ministro da Casa Civil da Presidência da República, Ciro Nogueira.
Os outros R$ 3 mil foram doados pelo empresário Valter Egídio da Costa, que atua no ramo agropecuário e é sócio da construtora Dan-Hebert, que já realizou obras para o governo do Distrito Federal.
O que acontece quando o candidato não presta contas
Com apenas 1.485 votos, Ana Cristina Valle passou longe de se eleger.
Deixar de prestar contas de campanha impede que o candidato obtenha a certidão de quitação eleitoral por pelo menos quatro anos, ou até que regularize a situação. Já o partido pode deixar de receber suas cotas do fundo partidário e do fundo eleitoral enquanto durar a irregularidade.
A legislação prevê que, se houver sobra de campanha, os valores devem ser depositados na conta do partido. Se os recursos que sobrarem forem provenientes do fundo partidário, eles devem ser transferidos de volta para a conta destinada especificamente à movimentação desse tipo de verba.
Do Metrópolis/Colunista Rodrigo Rangel
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