O ator, escritor e diretor Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira, aos 84 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde 25 de julho deste ano para tratar de uma pneumonia. Ex-esposa do artista, Flavia Pedra Soares disse que ele estava “cercado de amor e cuidados” e informou que o funeral será restrito para família e amigos próximos.
“Aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor”, escreveu Flavia.
E continuou: “Viva você meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo. Obrigada para sempre, pelas alegrias e também pelos sofrimentos que nos causamos. Até esses nos fizeram mais e melhores. Amor eterno, sua, Bitika”.
Resumo Biográfico
José Eugênio Soares, Jô nasceu em 16 de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro. Ele trabalhou nas emissoras Continental, TV Rio, Tupi, Excelsior, Record, SBT e Globo.
Depois dos programas voltados ao humor, o artista iniciou sua carreira como apresentador no SBT, com o programa “Jô Soares Onze e Meia”, que foi ao ar entre 1988 e 1999. Logo em seguida, em 2000, foi ao ar, na TV Globo, o talk-show mais famoso do país: o “Programa do Jô”, que ficou no ar por 16 anos.
Antes de se tornar referência como apresentador de um programa de tal-show, Jô já havia se destacado por ser um dos principais comediantes da história do Brasil. Ele participou de programas que marcaram a história, como “A família Trapo” (1966), “Planeta dos homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981).
O artista também escreveu cinco livros e atuou em 22 filmes. Ele é considerado o pioneiro do stand-up.
Lamentações
A também apresentadora Ana Maria Braga foi outra que também fez sua homenagem ao artista. “Eu tive a honra de conhecer e conviver com esse jornalista e humorista tão talentoso e querido de todos nós. Hoje o dia amanheceu mais sem graça. Vá em paz meu amigo!”, escreveu ela.
“O Brasil perdeu hoje um artista único, um comediante que amava seu ofício acima de tudo, um ator fora de série. Um entrevistador brilhante. Um cidadão que amava seu país e seus amigos. Jô Soares, obrigada por tanto”, lamentou Zélia Duncan.
Uma entre as várias atrizes que passaram pelo “Programa do Jô”, Lilia Cabral elogiou a trajetória de Jô e afirmou que o apresentador é a “alegria” dela desde a infância. “Minha alegria de tantos anos, com personagens inesquecíveis, seu talento absoluto, sua história emocionante. Acordei cedo, vou para SP, abro as notícias e vejo sua foto. Chorei, fiquei muito triste. Acho que ele sempre soube o quanto eu gostava dele, queria que soubesse mais. Obrigada querido por ser tão parceiro e querido em todas as entrevistas, obrigada pelo respeito e por me ensinar tanto”, expôs.
A também atriz Bárbara Paz agradeceu Soares por toda a carreira: “Obrigada por tudo, Jô! Teus ensinamentos e tua risada ficam! Um homem inteligentíssimo, engraçado e humano! Vai fazer muitos falta! Aplausos e muitas risadas no céu, que lá vem história”.
Já a cantora Ana Carolina celebrou que teve “a honra” de participar do “Programa do Jô”. “Dia triste. Jô inesquecível, que acompanhei desde pequena, com o genial ‘Viva o Gordo’. Mais tarde, tive a honra de sentar no seu concorrido sofá e me divertir com esse ser humano tão especial, inteligente e afetuoso”, acrescentou.
Thiaguinho relembrou a passagem pelo programa da Globo ao prestar homenagem ao apresentador: “Descanse em paz, Jô Soares. Foi uma honra te conhecer, ser entrevistado, bater papo e sentir de perto toda essa genialidade e educação. Obrigado por tanto carinho de sempre e continuarei assistindo as grandes entrevistas que você nos deixa! Meu respeito e admiração, Jô. Meus sentimentos a família”.
Monica Iozzi se descreveu “tristíssima e desolada” com a notícia da morte de Jô. “Acredito que a maioria das pessoas que me acompanham não fazem ideia da sua importância em minha vida. Nos próximos dias vou tentar compartilhar minha história com você por aqui. Para te homenagear. Para mostrar pras pessoas que, além de uma artista genial, você também era uma cara excepcional, doce e carinhoso. Como sentirei sua falta! Sentirei falta dos conselhos, das risadas, dos abraços, dos papos sobre política, sobre a história da TV, sobre a vida. Te amo, gordoto, para sempre”, desabafou.
Atualmente no comando do “Encontro”, Patrícia Poeta avaliou como “admirava demais” Jô Soares: “Ele fazia parte das nossas vidas… da vida de nossas famílias. Seu talento atravessou gerações. Era um profissional incrível: humorista, escritor, diretor, apresentador. Obrigada pelas risadas, Jô. Obrigada pelas conversas, pelas mensagens sempre muito generosas… Descanse em paz.”
A apresentadora Fernanda Gentil afirmou que teve a “honra” de sentar no sofá de Jô duas vezes, algo que ela disse “entrar no currículo de qualquer pessoa”. “Não é uma simples ida a um programa de televisão. É estar de frente com um mestre; do humor, do jornalismo, da entrevista, da inteligência, da sacada rápida, do improviso, e de tantos outros aspectos que fizeram dele, o nosso Jô. ‘Nosso’ porque quando alguém entra na sua casa através de uma tela ou rádio para te fazer pensar, refletir, rir e distrair, a identificação é imediata. E se se identifica, a gente se sente perto. E se está perto, é um pouquinho nosso sim. Nosso Jô deixa um legado de ensinamentos para quem é contemporâneo dele, para quem veio antes e para quem está chegando agora. Também vai ser fundamental para quem ainda nem chegou. Afinal, ícones são assim – nascem iluminados, crescem como estrelas, vivem como referências e morrem como imortais. Obrigada, Jô. Por ter me recebido sempre tão bem no ar, pelas palavras e incentivo fora dele, e pela aula que você dava enquanto fazia o que nasceu para fazer: brilhar. Vai com Deus”, completou.
O jornalista Zeca Camargo reconheceu como “muita gente hoje vai lembrar do dia em que levou um ‘beijo do Gordo'”. “O meu (e olha que foram dois) foi inesquecível. Mas para lembrar esse gênio que mudou a TV brasileira (sempre para melhor), eu compartilho aqui o dia em que eu dei beijo no Jô. Em inglês, que ele falava impecavelmente, existe a expressão ‘game changer’, perfeita para alguém que, como o Jô, chega num cenário conhecido e aponta para uma nova direção. E é assim que Jô Soares sempre será lembrado. Com um carinho imenso”, ponderou.
Do IGNotícias