Saudosismo histórico, compartilhamento de vivências e experiências valorosas, uma volta ao tempo de ouro da Comunicação portuense, profissionais de vanguarda e o jornalismo atual comentado pelo jornalista secular, Cleber Toledo. Assim foi o I Encontro de Comunicadores de Porto Nacional, idealizado e realizado pela Secretaria Municipal da Comunicação de Porto Nacional. O evento aconteceu nesse sábado, 08, no auditório do Centro de Convenções Vicente de Paula Oliveira – Comandante Vicentão, na orla da cidade. Cerca de 200 pessoas prestigiaram e participaram. Foi um marco na Comunicação do estado do Tocantins.
Reunindo profissionais das décadas de 50, 60, 70, 80, 90, e dos anos 20 (2020), o I ENCOM homenageou personalidades que desenvolveram a Comunicação em Porto Nacional, como o farmacêutico e jornalista Oswaldo Ayres da Silva, fundador do Jornal A Nórma, em 1953 e, também, do periódico O Porvir, em 1922. Esses veículos eram produções libertárias que marcaram a história da imprensa norte-goiana, atuando na construção da causa separatista, quando da possiblidade de divisão do norte do estado de Goiás para virar estado do Tocantins.
O primeiro Troféu Imprensa do ENCOM foi para Walter Thomaz de Souza, parente próximo de Oswaldo Ayres. O segundo troféu foi para o radialista que marcou a década de 80, Raildo Barros. Quem recebeu a homenagem foi sua mãe, dona Raimunda Nonato; a viúva, Ozair Castro, irmãos e os filhos Yuri Barros e Keyth Raysa.
Raildo foi um dos grandes nomes do rádio portuense, sendo também coordenador das Rádios Anhanguera AM e Araguaia FM. Ele morreu em 1996 e seu assassinato foi tema de uma matéria jornalística do programa Linha Direta da TV Globo.
O terceiro Troféu Imprensa foi para o ex-telégrafo aéreo e ex-gerente das Rádios Anhanguera AM e Araguaia FM, o comunicador José Pereira de Macedo, que desde os anos 1950 empreende e é apaixonado por comunicação.
Troféu Imprensa
Um dos homenageados, José Pereira de Macedo, também relembrou sua trajetória como telégrafo aéreo e a luta pela instalação de duas rádios em Porto Nacional, na transmissão AM e FM.
Ambas correspondem a métodos populares e eficientes de transmissão de informação por meio de sinais de rádio. A mais popular e eficaz forma de transmissão durante grande parte do século XX, permanecendo, até hoje, como um canal atemporal de propagação de conteúdo.
História
Em 1891 fui fundado o primeiro jornal portuense “Folha do Norte”, pelo comerciante Luís Leite Ribeiro. O único em circulação na cidade. O coronel Frederico Lemos também foi dono desse jornal. Sua tipografia foi comprada em Paris.
O segundo jornal portuense foi “O Incentivo”, em 1902, também de Frederico Lemos e Luís Leite Ribeiro. O terceiro jornal foi “O Norte de Goyaz”, em 1905, fundado pelo médico e deputado federal, Dr. Francisco Ayres da Silva.
O quarto periódico foi o “Jornal do Povo”, em 1920, também do coronel Frederico Lemos e de Quitiliano da Silva e Rafael Fernandes, dirigido por Abílio Nunes. O quinto foi o “Folha dos Moços”, em 1930, dos Frades Dominicanos, feito por alunos da Escola Santo Tomaz de Aquino.
O sexto foi o Goyaz Central, em 1945, do Partido Social Democrático (PSD), orientado por Adelino Gonçalves. O sétimo foi “A Nórma”, em 1953, fundado por Osvaldo Ayres da Silva que também fundou “O Porvir”, em 1922.
Pode-se mencionar, ainda, outros jornais, entre os quais, “O Polichinelo” (1919), também do Osvaldo Ayres; “O Porto Nacional” (1964), de Antônio Poincaré Andrade; “Brasil Central” (1985), tendo como diretor, Getúlio Matos; e “O Paralelo 13” (1986), fundado por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues.
Texto: Umbelina Costa
Fotos: Dornil Sobrinho e Antônio Cruz
Secretaria Municipal da Comunicação